O homem é um ser social. Isto
significa que não foi concebido para viver só.
Desde a infância é buscada a socialização
do indivíduo. Desta forma ele aprende a se relacionar e interagir de forma
saudável e prazerosa para si e para os demais que com ele convivem. O processo
de socialização começa na família, posteriormente na escola, e nos demais
grupos sociais que ele se insere. É no decorrer deste processo que se
estabelecem os laços de amizade, que são de fundamental importância na medida
em que propiciam afeto, troca de energia, enriquecimento mútuo. Oportuniza a
convivência isto é, “viver com” que se traduz em participação, doação, troca de
afetividade, de respeito.
Poderíamos transcrever inúmeras
citações valiosas a cerca da amizade e sua importância na vida de cada um, mas
é dentro de si mesmo que cada um percebe o quanto é importante ter alguém em
quem confiar com quem pode partilhar todas as angústias, tristezas ou alegrias.
É na convivência com o outro que se
fortalece a visão de si mesmo. É através do outro que nos enxergamos. É um
processo de comunicação e empatia profundo baseados na compreensão no carinho e
na harmonia.
Em todas as fases da vida a amizade é
importante, porque através deste relacionamento são cultivados e aprimorados a
sinceridade, a aceitação, cumplicidade, afinidade, responsabilidade, aconchego,
respeito e confiança.
Num relacionamento enriquecedor cada
um tem que aprender a se aprofundar nos sentimentos, valorizando o que é
saudável e faz crescer, despindo-se de orgulho, vaidade, competição e inveja.
Especialmente na maturidade e mais
precisamente na terceira idade a amizade tem um importantíssimo papel na
manutenção da saúde física e mental, pois ativam áreas do cérebro, liberam
substâncias hormonais que favorecem a alegria e o bem estar, diminui a
agressividade, a desconfiança, a tensão, fortalecendo o sentimento de
“pertencimento”, na medida em que a pessoa tem com quem compartilhar sua vida,
num momento em que o cônjuge e/ou demais membros da família já faleceram, os
filhos cresceram e a pessoa se encontra repentinamente só.
Os amigos passam a suprir nestes casos
a ausências de parentes, são como outra família escolhida pelas afinidades,
pela convivência, pela presença constante e afável em todos os momentos, pois é
com eles que serão divididos os sorrisos, as lágrimas, é com eles que se
estabelecerão conversas, auxílio mútuo, afastando aquela que é a maior inimiga
das pessoas na velhice, ou seja, a solidão, que isola, entristece, deprime,
leva a um sentimento de inutilidade, de desvalia.
Portanto, a amizade é de inestimável
valor e pode significar a própria vida, ou um sentimento maravilhoso de paz e
integração, nesta fase, pois é através dela que o indivíduo encontrará suporte
emocional, apoio, carinho, parceria, fortalecimento de identidade, elevação de
autoestima, reconhecimento que certamente lhe proporcionarão viver mais tempo
com mais amor e mais felicidade.