Geralmente as pessoas tendem a
ver o que podem extrair de um relacionamento, para sua própria felicidade e não
o que podem oferecer, para o bem do outro. É uma maneira egoísta de se
relacionar.Isto em qualquer tipo de relacionamento.
Assim, o relacionamento e a
convivência tenderá a ser satisfatória e a dar certo, na proporção da
satisfação que alguém possa ter em função do que obtiver e não do que
proporcionar. Isto significa que o outro é que tem que estar a nosso serviço,
ou melhor, a serviço de nossa felicidade. É uma atitude passiva, na qual se
verifica que a nossa felicidade está no outro. Na realidade, a nossa felicidade
está em nós e nas nossas circunstâncias, ou seja no que podemos fazer, realizar,desenvolver em
prol da realização de nossos desejos, aspirações,de nossa vocação, procurando
sobretudo servir.É um processo inverso do outro.É outro o raciocínio.Precisamos
repartir para multiplicar.Quanto mais
tiramos do outro, na realidade é porque menos possuímos.É necessário sair de
dentro da casca, de nascer e se abrir para o mundo, para as pessoas que nos
cercam, ver cada um como único, completo, capaz. Na medida em que o enxergamos
desta maneira, o entendemos capaz de administrar sua própria vida, sem
querermos ter a pretensão de achar que nós é que sabemos o que é melhor para
ele e com isso nos acharmos no direito de dizer e ditar regras do que fazer e
como fazer, o que buscar, com o que se contentar achando que os desejos, gostos
e prioridades são os mesmos nossos. Ignoramos o outro como pessoa. Julgamos-nos
donos de sua vontade. É um posicionamento que tolhe, castra, ao invés de
proporcionar desenvolvimento, amadurecimento, auto-conhecimento, evolução e realização.
Daí encontrarmos tantas pessoas infelizes, vivendo como robôs, cumprindo
rotina, tarefas, obrigações de forma a só cumprirem uma agenda por outros escolhida
e determinada, como se viver fosse uma obrigação e não uma dádiva. Não estão
vivendo sua verdade, não estão realizando um processo que lhes faça sentir que
estão se desenvolvendo como pessoas. .São robôs a serviço de terceiro. Prisioneiros
de uma relação, escravos de um senhor e não empreendedores da própria
felicidade. Por isso encontramos tantas pessoas amarguradas, sofridas,
parecendo sem perspectiva de futuro. Não parecem estar vivendo, no verdadeiro
sentido, isto é, dando-se a possibilidade de mudar. A vida implica em mudança,
crescimento,desenvolvimento, troca, partilha, aceitação e sobretudo liberdade,
amor e alegria.A idéia que temos é que estas pessoas vivem como se tivessem que
bater ponto na vida, isto é, cumprir uma obrigação, uma tarefa com tudo
controlado, pré-determinado e previsto , de forma subordinada . Bate-se ponto
no trabalho, que também deve ser motivo de alegria, pressupõe liberdade de
escolha, aptidão, realização de potencialidades, processo de reafirmação e
realização da dignidade humana.
Com
a vida é diferente. A vida é benção, por isso um contínuo ato de louvação, de
agradecimento, de compromisso com a liberdade própria e do outro, com a
felicidade, com o amor, com a doação, com a solidariedade e gratidão.
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