ISABEL CRISTINA SILVA VARGAS
I nesperadamente me achei elogiado
S em conhecer quem assim me elogiava,
A inda que as palavras, de tão belas,
B astassem para dizer da grandeza
E do carinho que me envolviam,
L egando-me uma amizade luminosa.
C oração nem sempre é capaz de digerir
R acionalmente o que o enleva e emociona.
I ncapaz de ficar em silêncio, grita, canta,
S orri e, olhando para a sua própria sombra,
T enta perceber o merecimento e a valia
I ntrínseca da sua caminhada e dos seus sonhos,
N auta que se faz no terra-a-terra de todos os dias
Á rduos e ardilosos, que se consumam maquinalmente.
S into-me rei! Sem trono, sem ceptro, sem coroa...
I gual aos meus iguais, reis como eu sem reino,
L ibertinamente reis do nada que nasce em folhas de papel
V irtuoso, que se enchem de ais e de risos
A nónimos, com que se engalanam as almas.
V agarosamente releio as sílabas, uma por uma,
A té construir palavras, depois frases, ideias, ideais...
R epouso em silêncio em cada ditongo, em cada vírgula...
G osto de saborear as coisas e tomar-lhe o doce e o amargo!
A gora já sei por onde começar os poemas que vierem!
S ó não sei se estarei à altura do carinho que me foi concedido!
Em 25.Ago.2014
Paulo César * Portugal
Nenhum comentário:
Postar um comentário