Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS
Noturno
O céu noturno chora sobre o telhado
Compadecido de minha solidão.
Uma, duas, três lágrimas,
A princípio, furtivas,
Iniciam o prelúdio de uma sinfonia
Que aos poucos ecoa sonora
Preenchendo o silêncio da noite,
Espantando os grilos de meus pensamentos,
Os vaga-lumes de minha lucidez,
As tormentas de meu coração.
Com os instrumentos afinados da orquestra,
Alternando notas musicais.
No pranto simultâneo
Descarrega as impurezas
Cega meus sentidos
Impedindo-me de ver
O raiar da esperança
Em um novo dia que desponta.
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